A norma
da língua portuguesa determina que os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos,
vos, lhes, os, as) sejam colocados depois do verbo (ênclise). Porém
algumas palavras ou tipos de frases atraem o pronome, colocando-o antes
do verbo. É a próclise. E há
ainda o caso da mesóclise, quando o pronome aparece intercalado no verbo
(por exemplo, Dir-se-ia que todos estavam em transe).
Na linguagem informal ou oral estas regras
poucas vezes são seguidas, o que é admitido por publicações como o jornal O
Estado de S. Paulo, que em seu Manual
de redação e estilo assim se manifesta:
O
Estado aceita o uso, no noticiário, do pronome oblíquo antes de um verbo, mesmo que nada o atraia, e admite também que ele seja colocado
entre dois verbos, sem necessidade de se ligar por hífen ao primeiro
deles. Trata-se de uma característica do português do Brasil que não é mais
possível desprezar: Ele estava se preparando para sair. / Falta d’água pode
se agravar hoje. / Ele tinha se revoltado contra o pai. / Devia estar se
aborrecendo com tudo aquilo. / Queria se livrar do amigo. / Vai se casar esta
semana. / Esses homens podem nos ajudar. / Venho lhe trazer o meu apoio. /
Tinha nos decepcionado.*
Em trabalhos acadêmicos, porém,
estas liberdades não devem ser
tomadas. Um texto deste estilo requer rigorosa observância das regras
gramaticais e ortográficas. Tais regras são complexas e, em alguns casos,
requerem a consulta a uma gramática ou manual de estilo.
A Terra Firme criou uma tabela resumida
para ajudá-lo a identificar os casos. Clique aqui.
* MARTINS, Eduardo. Manual de
redação e estilo de O Estado de S. Paulo. 3. ed. rev. e amp. São Paulo: O
Estado de S. Paulo, 1997. p. 70.