sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Próclise, ênclise ou mesóclise? Há divergências...


A norma da língua portuguesa determina que os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) sejam colocados depois do verbo (ênclise). Porém algumas palavras ou tipos de frases atraem o pronome, colocando-o antes do verbo. É a próclise.  E há ainda o caso da mesóclise, quando o pronome aparece intercalado no verbo (por exemplo, Dir-se-ia que todos estavam em transe).
Na linguagem informal ou oral estas regras poucas vezes são seguidas, o que é admitido por publicações como o jornal O Estado de S. Paulo, que em seu Manual de redação e estilo assim se manifesta:

O Estado aceita o uso, no noticiário, do pronome oblíquo antes de um verbo, mesmo que nada o atraia, e admite também que ele seja colocado entre dois verbos, sem necessidade de se ligar por hífen ao primeiro deles. Trata-se de uma característica do português do Brasil que não é mais possível desprezar: Ele estava se preparando para sair. / Falta d’água pode se agravar hoje. / Ele tinha se revoltado contra o pai. / Devia estar se aborrecendo com tudo aquilo. / Queria se livrar do amigo. / Vai se casar esta semana. / Esses homens podem nos ajudar. / Venho lhe trazer o meu apoio. / Tinha nos decepcionado.*

Em trabalhos acadêmicos, porém, estas liberdades não devem ser tomadas. Um texto deste estilo requer rigorosa observância das regras gramaticais e ortográficas. Tais regras são complexas e, em alguns casos, requerem a consulta a uma gramática ou manual de estilo.
A Terra Firme criou uma tabela resumida para ajudá-lo a identificar os casos. Clique aqui.



*    MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo. 3. ed. rev. e amp. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997. p. 70.